Idade media

A Idade Média foi um período de forte
religiosidade, a Igreja possuía poderes ilimitados
e os seus valores vão impregnar toda a
vida medieval. Deste modo, por imposição dos
dogmas e moral da Igreja, o Cristianismo transformou
a produção artística e a arte volta-se
para a valorização do espírito. A Era Medieval é
separada em dois períodos: Alta Idade Média,
que decorre do século V ao X e Baixa Idade
Média, que se estende do século XI ao XV.
Na Idade Média, as roupas diferenciavam-
se mais pelas cores e materiais do que
pelas formas. Muitos elementos ligados à indumentária
militar, como braçadeiras, couraças e
peitorais faziam parte dessa roupa.
Características também do vestuário
do século XII são as roupas com padrões bicolores,
por meio dos quais se podia identificar o
feudo do qual a pessoa fazia parte. Cada feudo
era representado por símbolos e cores que se
encontravam nas roupas dos nobres.
Povos Bárbaros

O ano de 476 d.C. marcou a queda
do império romano do ocidente pelas invasões
bárbaras, especialmente pelos germânicos.
Este foi o marco para o término da Idade Antiga
e início da Idade Média.
A partir deste período nota-se um contraste
muito grande entre a indumentária do Império
do Oriente e do Ocidente, pelo fato do Ocidente
ter recebido a influência dos bárbaros.
Habitavam o norte e o leste da Europa
em regiões onde havia um clima de intenso
frio. O termo bárbaro surgiu pelos romanos,
era como os romanos chamavam os povos que
viviam à margem de seu império, com língua,
religião e costumes distintos dos considerados
civilizados.
Os grupos bárbaros dividiam-se em:
Germanos: habitavam a Europa Ocidental.
Principais: visigodos, ostrogodos, vândalos,
bretões, saxões, francos etc. Eslavos: provenientes
da Europa Oriental e da Ásia, os russos, tchecos, poloneses, sérvios,
entre outros. Tártaro-mongóis: eram de origem
asiática. Faziam parte deste grupo as tribos
dos hunos, turcos, búlgaros, etc.
Organizavam-se em aldeias rurais,
com habitações rústicas feitas de barro e galhos
de árvores. Praticavam o cultivo de cereais
e criavam gado. Dedicavam-se também
às guerras como forma de saquear riquezas e
alimentos.
Praticavam uma religião politeísta,
com adoração de deuses representantes das
forças da natureza, sendo Odin a principal divindade,
representante da força do vento e a
guerra. Acreditavam na vida após a morte.
A indumentária desses povos era confeccionada
em sua maior parte de lã, mas também
se usava o linho, o cânhamo, o algodão
e o couro. Os homens usavam calções curtos,
calças longas presas às pernas abaixo dos joelhos
por bandas de tecido. Por cima de tudo
usavam um manto de couro ou pele de animal,
para terem uma proteção maior, preso ao corpo
por broches ou alfinetes.
A indumentária
feminina era composta
por uma túnica longa
presa ao corpo por
cintos e broches. Por
cima da túnica usavam
um xale preso também
por broches ou fivelas
e por baixo de tudo em
geral usavam uma camisa
de linho.
Tanto homens quanto mulheres usavam
toucas sobre os longos cabelos, para se
protegerem do frio. Nos pés, sapatos fechados
ou sandálias atadas por tiras de couro ou cadarço.
Com o passar do tempo, o contato com
os romanos e bizâncios acabou por transformar
os hábitos e a indumentária dos bárbaros,
que se “romanizaram”, passando a usar adornos
e coloridos. A mistura da cultura germânica
com a romana formou grande parte da cultura
medieval, pois muitos hábitos e aspectos políticos,
artísticos e econômicos permaneceram
Com o avançar da Idade Média, o vestuário
começa a se sofisticar. Surgem as barras
de seda nas túnicas – que há muito tempo já
eram utilizadas no Oriente – com bordados de
fios de ouro, prata e de seda também.

Bizâncio

Com o enfraquecimento de Roma,
em ocasião das invasões bárbaras, a capital
do Império foi deslocada para Bizâncio (capital:
Constantinopla, hoje Istambul). O apogeu
desta cultura se deu no século VI, durante o
governo do imperador Justiniano.
A arte Bizantina desenvolveu-se a
princípio incorporando características provenientes
de regiões orientais, como a Ásia Menor
e a Síria.
O grande destaque da arquitetura foi a
construção de Igrejas, facilmente compreendido
dado o caráter teocrático do Império Bizantino.
A Igreja de Santa Sofia é o mais grandioso
exemplo dessa arquitetura, onde trabalharam
mais de dez mil homens durante quase seis
anos. Por fora o templo era muito simples, porém
internamente apresentava grande suntuosidade,
utilizando-se de mosaicos com formas
geométricas, de cenas do Evangelho.
O Mosaico foi uma forma de expressão
artística importante no Império Bizantino,
principalmente durante seu apogeu, no reinado
de Justiniano, consistindo na formação de uma
figura com pequenos pedaços de pedras colocadas
sobre o cimento fresco de uma parede.
A arte do mosaico serviu para retratar o Imperador
ou a imperatriz, destacando-se ainda a
figura dos profetas.
A indumentária desse povo era luxuosa
e ostensiva e tinha uma característica marcante:
a grande aproximação entre as roupas dos
civis e dos religiosos. A seda foi fabricada localmente,
não precisando mais ser importada da
China e da Índia, e se configurou como o principal
tecido utilizado pelos altos funcionários da
corte. Os tecidos mais opulentos e suntuosos
eram de uso exclusivo da família imperial que
ainda contavam com ricos bordados com fios
de ouro e prata, pérolas e pedras preciosas.
Tamanho esplendor era como um reflexo dos
trabalhados mosaicos das construções locais.
Ainda foram usados a lã, o algodão e o linho.
As linhas da indumentária traduziam
diversas influências, como romanas, árabes e
persas e acabou influenciando a indumentária
da Europa. Havia uma rica ostentação de
cores, usada pelo casal imperial e pelos mais
privilegiados materialmente. Os bordados seguiam
motivos religiosos, florais e até animais.
Havia uma grande hierarquia traduzida
nas vestes: quanto maior o prestígio de
quem usava, mais a roupa era requintada e luxuosa.
As formas das peças eram amplas, com
o objetivo de esconder o corpo e em nenhum
momento com apelo sedutor. O traje básico era
um manto que, embora muito diferente, tinha
bastante influência do corte romano. O comprimento
da túnica era maior e as mangas eram
compridas até a altura dos punhos. O aspecto
oriental era forte e quase não havia diferença
para ambos os sexos. Nos ombros eram usados
broches ou fivelas ricamente ornamentados,
usados para fixar a peça. Nos pés usavam
sapatos também muito ornados com pedras e
pérolas, em geral de seda.
O império Romano do Oriente perdura
até 1453 quando os turcos otomanos tomam
Constantinopla e isso gera o fim da Idade Média.
Europa Feudal
O feudalismo consiste em um conjunto
de práticas envolvendo questões de ordem
econômica, social e política. Entre os séculos
V e X, na Alta Idade Média, a Europa Ocidental
sofreu uma série de transformações que possibilitaram
o surgimento dessas novas maneiras
de se pensar, agir e relacionar. De modo geral,
a configuração do mundo feudal está vinculada
a duas experiências históricas concomitantes:
a crise do Império Romano e as Invasões Bárbaras.
O fato principal que deu início ao período
da Idade Média, a invasão dos povos bárbaros
no Império Romano do Ocidente, gerou
um forte êxodo urbano o que fez surgir uma
nova proposta de vida ligada ao ambiente do
campo em um momento em que os centros
urbanos estavam vivendo uma forte crise econômica,
com a decadência do comércio dentre
outros fatores. Surge aí um novo sistema
político-econômico ligado ao senhor feudal e
suas propriedades rurais. Nesse passo surgem
os feudos que mesmo com suas diferenças,
tinham aspectos semelhantes: a rentabilidade
estava focada na produção agrícola e o poder
político nas mãos dos senhores feudais, autoridades
donos das terras. Os empregados do
senhor feudal foram apelidados de vassalos,
que prestavam serviços e obediência aos senhores
feudais em troca de um pedaço de terra
para trabalhar o que lhes significava a sobrevivência.
Como a vida estava toda voltada para
o campo, houve uma significativa queda na
produção artístico-cultural. No entanto durante
o governo de Carlos Magno, houve um fomento
ao ensino e às oficinas de arte. Quando
ele morreu e seus reinos foram divididos entre
seus herdeiros, este objetivo de incentivar a
arte foi perdido. Mas vale destacar que as oficinas
criadas por ele foram de suma importância
no âmbito da produção cultural e antecederam
às dos mosteiros que, após a desunificação
européia, passaram a dominar todo o tipo de
produção intelectual, estando totalmente ligadas
às questões religiosas cristãs.
Na indumentária, era nítida a diferença
em luxo e ostentação em relação ao Império
Bizantino. A justificativa poderia ser meramente
econômica, visto que a Europa ocidental não
estava em plena expansão econômico quanto
a Europa Oriental. A grande diferença entre
mais e menos favorecidos estava nos tecidos
utilizados e ornamentos empregados, uma vez
que os cortes eram praticamente os mesmos.
A seda era nobre, mas também eram usados lã
e linho. As roupas de momentos mais cerimoniosos
eram inspiradas em Bizâncio e os mais
afortunados usavam cores variadas. Os camponeses
ficavam com as discretas e sóbrias.
A túnica foi muito usada por homens, sendo a
dos mais ricos na altura da panturrilha e dos
menos ricos na altura dos joelhos e era presa
ao corpo por um cinto. Por cima dela usavam
uma capa semicircular atada ao ombro por um
broche e era forrada de pele para dias frios.
Usavam os calções por baixo das túnicas que
eram amarrados por tiras de tecido na perna,
quando compridos. Ainda estavam presentes
capas com capuzes e placas metálicas cobrindo
túnicas para dar proteção nas batalhas.
Já as mulheres usavam túnicas com
ou sem mangas vestidas pela cabeça, presas
ao ombro por broches e atadas à cintura por
um cinto. Sobre os ombros usavam um lenço,
e também usavam um manto longo que podia
chegar ao comprimento da própria túnica.
Para ambos os sexos os cabelos eram longos
e para as mulheres em geral presos. Os calçados
eram de couro para ambos e saíam tiras
para serem cruzadas e amarradas nas pernas.



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