
O Barroco
O período do Barroco compreende o
século XVII. Este período foi marcado pela
evolução do processo de antropocentrismo que
já vinha ocorrendo no Renascimento do século
anterior culminado com a Revolução Científica.
O ser humano tornou-se um grande observador
da natureza, em busca de entender seus
segredos; passou a sistematizar suas experiências
com bastante rigor e transformou intelectualmente
este século, como nomes como
Isaac Newton, Galileu Galilei, René Descartes,
Francis Bacon, dentre outros.
Barroco, uma palavra portuguesa que
significava “pérola irregular, com altibaixos”,
entende-se por um estilo com uma orientação
artística que surgiu em Roma na virada para o
século XVII. O novo estilo estava comprometido
com a emoção genuína, buscava retratar a
emoção humana e era muito expressivo, com
importantes efeitos de luz e sombra nas pinturas.
Era também ornamental e opulento, efeito
manifesto na arquitetura..As cortes européias continuaram cada
uma com suas características particulares, variando
de país para país, embora o que tenha
marcado esta época tenha sido o excesso visual.
A Espanha continuou a usar o austero preto,
influenciando também a Holanda. O Rufo
manteve-se, ficando ainda mais exagerado e
as mulheres continuaram a usar o Vertugado
As rendas foram muito usadas em golas
e punhos para ambos os sexos. De modo
geral o Rufo ficou de lado, pois evoluiu para o
Cabeção, que era uma gola de renda engomada
levemente inclinada para cima na parte de
trás, como que apoiasse a cabeça nesta base.
Esta gola, como o passar do tempo evoluí novamente
e vira a Gola Caída, que era completamente
apoiada sobre os ombros, para ambos
os sexos.
As mulheres passaram
a usar uma sobreposição
de anáguas por
baixo de uma saia mais
arredondada. Usavam
uma camisa curta e outra
por cima, muito decotada
e indo até o cotovelo. O
corpete era comum, deixando
as cinturas finas e
os tecidos, assim como
nos homens, eram luxuosos
e caros. Predominavam
o vermelho-escarlate,
vermelho-cereja, azul-escuro, mas também se
via os claros, como: rosa, azul-céu, amarelo
pálido.
Para as mulheres, o penteado era feito
propositalmente com ar de despenteado, preso
por fitas. No entanto com o tempo fica mais
rico, adornado com rendas, toucas e estruturado
por arames para armar o volume desejado.
Para os homens o Gibão cresceu. Passou
a ser moda o uso de botas adornadas por
rendas. Nas cabeças masculinas ainda eram
frequentes os chapéus, variando um pouco de
corte para corte, mas comumente presentes.
Um pequeno bigode deixava seu singelo registro
de masculinidade, em meio a tanto adornos
típicos hoje do universo feminino. Foi o período
dos Mosqueteiros na França e dos Cavaleiros
da Inglaterra.
Foi a época
da corte de Luís
XIV, o Rei Sol. Sob
seu reinado, por
volta de 1660, Versalhes
se impôs
sobre o restante
da Europa, ditando
novos padrões
de comportamento,
de boas maneiras,
etiquetas, modos
e de moda. No reinado
de Luís XIV, a
França chega ao seu apogeu. Mas o que se assiste,
logo em seguida, é a decadência da nobreza
francesa devido a política centralizadora
do rei. As mudanças e inovações dessa época
eram totalmente determinadas pela casa real.
Há uma valorização das formas femininas que
ressalta os quadris e acentua a cintura.
Em meados
do século, os cabelos
longos viraram moda
para os homens, no entanto
como muitos não
os tinham compridos
naturais, passaram a
usar perucas. Esse se
tornou um grande ícone
da moda masculina do
período.
Neste momento
os homens começam
a vestir-se com
mais destaque do que
Indumentária feminina
as mulheres. Por conta de uma influência vinda
do Oriente, surgiu uma espécie de túnica
longa, que foi encurtando com o tempo. Todas
as peças eram em tecidos sofisticados, como
veludos e brocados. No final do século surge
para os homens um lenço de renda usado no
pescoço, uma espécie de gravata.
Curiosidade: “Um complemento muito
curioso de uso feminino foram as mouches de beauté
(moscas de beleza), que vigoraram na segunda
metade do século XVII. Tinham o aspecto de pintas;
eram feitas de seda preta com desenhos inusitados
que continham um material colante por trás para
serem aplicadas sobre a face. Com relação aos motivos,
podiam ser os mais variados possíveis, como
meia-luas, estrelas e corações. O efeito obtido era
de charme e servia para acentuar a expressão facial.
Havia as grandes moscas com motivo de sóis,
pombas, carruagens e cupidos.
.
Rococó
O Renascimento Cultural deu o pontapé
para o surgimento da Revolução Científica
no século XVII, e esta funcionou como base e
meio para o surgimento do Iluminismo no século
XVIII, no período conhecido como Rococó.
Este período foi tido como o apogeu da modernidade.
Os iluministas eram pensadores que
buscavam, através da razão, compreender a
natureza e a sociedade e o lugar onde tudo
começou foi Paris, divulgando o pensamento
para o restante da Europa e América do Norte.
As palavras de ordem eram razão e liberdade,
e se propagaram para os campos político, social
e econômico.
A arte do Rococó também teve seu
início na França e foi considerada o exagero
do exagero, com total falta de moderação. Mas
apesar disso, também teve muito requinte,
manifestando-se pela leveza e delicadeza. Foi
uma arte muito aristocrática, trabalhando com
diversos ornamentos.
A arquitetura rococó é marcada pela
sensibilidade, percebida na distribuição dos
ambientes interiores, destinados a valorizar
um modo de vida individual e caprichoso. Essa
manifestação adquiriu importância principalmente
no sul da Alemanha e na França. Suas
principais características são uma exagerada
tendência para a decoração carregada, tanto
nas fachadas quanto nos interiores. As cúpulas
das igrejas, menores que as das barrocas, multiplicam-
se. As paredes ficam mais claras, com
tons pastel e o branco. Guarnições douradas
de ramos e flores, povoadas de anjinhos, contornam
janelas ovais, servindo para quebrar a
rigidez das paredes.
Deve-se destacar também que é nessa
época que surge com um vigor inusitado a
indústria da escultura de porcelana na Europa,
material trazido do Extremo Oriente, na esteira
do exotismo tão em voga nessa época. Esse
delicado material era ideal para a época, e imediatamente
surgiram oficinas magistrais nessa
técnica, em cidades da Itália, França, Dinamarca
e Alemanha.
A moda foi diretamente influenciada
pelas novas linhas da arte e esteve associada
à figura do rei Luís XV. O uso da renda manteve-
se tanto para homens quanto para mulheres.
As perucas continuaram a serem usadas
por eles, mas agora eram empoadas com pó
branco; tinham um rabo-de-cavalo preso por
um laço de fita de seda preta e eram feitas de
crina de bode ou de cavalo e de fibras vegetais.
Foi usado também por eles um chapéu tricórnio
preto.
Tanto para mulheres quanto para homens,
os tecidos eram a seda e grossos brocados
com inspiração na natureza. Os homens
vestiam neste período o calção, camisa, coletes
bordados, casacas também bordadas, meias
Para as mulheres foram usadas muitas
flores, nas roupas e nos cabelos, tanto naturais
quanto artificiais. Os corpetes ajustavam
muito bustos e cintura. Os vestidos tinham um
corpete decotado quadrado, com magas até
os cotovelos, sendo finalizadas por babados,
rendas e laços de fita, com saias muito volumosas,
cônicas. Dividiam-se entre os Vestidos
Abertos e os Vestidos Fechados. Tinha o nome
de “aberto” porque a saia tinha um recorte na
parte da frente, deixando aparecer a de baixo,
muito ornamentada. O fechado, como o próprio
nome sugere, tinha a saia sem a abertura.
Na parte lateral dos quadris havia um
grande volume, obtido por espécie de cestinhos
em geral feitos de vime, chamados de Paniers.
Na parte das costas, os vestidos muitas vezes
tinham pregas largas, que iam dos ombros até
o chão, denominadas de Pregas à Watteau.
Indumentária masculina
Vestido fechado
Penteados femininos
brancas e sapatos de salto. Houve pouca mudança
em relação ao reinado de Luís XIV.
Em 1774, Luís XVI sobe ao trono e
Maria Antonieta torna-se rainha da França e
um ícone feminino de excessos do período.
Para as mulheres, os penteados inicialmente
eram baixos e também empoados,
no entanto o que marcou o período foram os
penteados grandes, surgidos com o passar do
tempo. Eles chegaram ao extremo exagero em
proporções e em adornos e eram feitos com os
cabelos das próprias mulheres, que não usavam
perucas, apenas enchimentos com crina
de cavalo para chegarem aos exagerados volumes
do período. Eram enfeitados com cestos
de frutas, caravelas, moinhos de vento, borboletas,
etc.
No final do Rococó os decotes ficaram
muito profundos e os Paniers cresceram muito
em volume a ponto de uma mulher só conseguir
passar por uma porta se ela fosse aberta
em suas duas partes.
O marco para o fim deste período é
quando estoura a Revolução Francesa. O rei
Luís XVI e sua rainha, Maria Antonieta, são decapitados
na guilhotina em praça pública.
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