
Anos 40
Os anos 40 iniciaram com ares de conflito.
A Segunda Guerra Mundial, que durou de
1939 a 1945 envolveu muitas nações do mundo
e mudou os rumos da história.
Apesar das regras de racionamento,
impostas pelo governo, que também limitava a
quantidade de tecidos que se podia comprar e
utilizar na fabricação das roupas, a moda sobreviveu
à guerra.
A palavra
de ordem era recessão.
A silhueta
feminina do final
dos anos 30, masculinizada
em estilo
militar, perdurou
até o final dos conflitos.
Foi comum o
uso de duas peças,
de dia ou de noite,
confeccionadas em
tecidos simples.
Eram saias justas e
casacos que , para
fugir da monotonia
de tempos de crise,
eram detalhados
com debrum, bolsos
e golas em cores diferentes.
A criatividade que se manifestou no
período de guerra, contribuiu para solucionar
os problemas vividos com a escassez. Não havia
cabeleireiros disponíveis e os artifícios foram
muitos, como o uso de turbantes, chapéus,
redes e lenços. As bicicletas entraram para
substituir os transportes públicos e as meias de
nylon, também escassas, foram trocadas por
pastas cor da pele detalhadas com um risco na
parte de trás da perna, imitando a costura das
meias.
Os sapatos
mais usados foram
os do tipo plataforma
e sua difusão contou
com auxílio de Carmem
Miranda, que
fez deles sua marca
registrada. As bolsas
em geral eram a tira
colo, penduradas ao
ombro para andar de
bicicleta; ou também
as grandes, contribuindo
para carregar
alimentos. Usavam
ainda a saia-calça que
favorecia o uso da bicicleta
também.
Os homens
viveram um período
de franca estagnação
na moda no período
de guerra.
O fim da guerra em 1945, trouxe novamente
a tranqüilidade e a alegria às pessoas.
Nos Estados Unidos, que não viveram os conflitos
em seu solo, a indústria estava bem estabelecida
e é quando surge o Read-to-Wear.
Esta inovação permitia a produção de roupas
me escala industrial, com qualidade, com ligação
com mas novidades da moda e tamanhos
variados por um mesmo modelo.
A Alta Costura sofreu forte impacto
no período de recessão, mas no pós-guerra
a coisa mudou. Paris conseguiu se reerguer e
recuperar seu prestígio, em boa parte graças
a um projeto de marketing que funcionou. Foi
criada em Paris uma exposição chamada Le
Théâtre de La Mode que passou por diversos
lugares do mundo, com intuito de divulgar em
pequenas bonecas do tipo Barbie, criações de
grandes nomes da época como: Balenciaga,
Balmain, Dior, Givenchy, etc.
As meias de nylon
voltaram ao guarda roupa
das mulheres e seu consumo
foi grande. Surge
também o bikini, a roupa
de banho em duas peças,
criado por Louis Réard e
assim batizado por conta
do bombardeio atômico
sofrido pela ilha de Bikini,
no Pacífico.
Em 1947, lançado por Christian Dior,
surge o New Look, propondo o resgate da feminilidade
da mulher, sufocada nos tempos de
guerra. Esta proposta foi assimilada pelas mulheres,
que ansiavam pela volta do luxo e da
sofisticação perdidos. A proposta contava com
saias rodadas e compridas, cintura fina, ombros
e seios naturais, luvas e sapatos de salto
alto. Dior estava imortalizado com o seu “New
Look” jovem e alegre. Era a visão da mulher
extremamente feminina, que iria ser o padrão
dos anos 50.
Curiosidade: A história do Biquíni
O biquíni (originalmente “bikini”) inventado
por Louis Réard percorreu uma grande trajetória
até se consolidar como roupa de praia favorita
das mulheres brasileiras. Seu lançamento foi em 26
de junho de 1946 e causou o efeito de uma verdadeira
bomba.
Apesar de toda euforia em torno do novo
traje de banho, descrito por um jornal da época
como “quatro triângulos de nada”, o biquíni não
emplacou logo de cara. O primeiro modelo, todo em
algodão com estamparia imitando a página de um
jornal, se comparado aos de hoje, era comportado
até demais. Entretanto, para os padrões da época,
um verdadeiro escândalo. Tanto, que nenhuma modelo
quis participar da divulgação do pequeno traje.
Por isso, em todas as fotografias do primeiro biquíni,
lá está a corajosa stripper Micheline Bernardini,
a única a encarar o desafio.
Na década de 50, as atrizes de cinema e
as pin-ups americanas foram as maiores divulgadoras
do biquíni. Em 1956, a francesa Brigitte Bardot
imortalizou o traje no filme “E Deus Criou a Mulher”,
ao usar um modelo xadrez vichy adornado
com babadinhos.
No Brasil, o biquíni começou a ser usado
no final dos anos 50. Primeiro, pelas vedetes, como
Carmem Verônica e Norma Tamar, que juntavam
multidões nas areias em frente ao Copacabana Palace,
no Rio de Janeiro, e, mais tarde, pela maioria
decidida a aderir à sensualidade do mais brasileiro
dos trajes. A partir daí, a história do biquíni viria
se tornar parte da história das praias cariocas, verdadeiras
passarelas de lançamentos da moda praia
nacional.
Na década de 60, a imagem sensual da
atriz Ursula Andress dentro de um poderoso biquíni,
em cena do filme “007 contra o Satânico Dr. No”
(1962) entrou para a história da peça. Em 1964, o
designer norte-americano Rudi Gernreich dispensou
a parte de cima do traje e fez surgir o topless,
numa ousadia ainda maior.
Mas foi no início dos 70, que um
novo modelo de biquíni brasileiro, ainda menor, surgiu
para mudar o cenário e conquistar o mundo - a
famosa tanga. Nessa época, a então modelo Rose di
Primo era a musa da tanga das praias cariocas.
Durante os anos 80 surgiram outros modelos,
como o provocante enroladinho, o asa-delta e
o de lacinho nas laterais, além do sutiã cortininha.
E quando o biquíni já não podia ser menor, surgiu o
imbatível fio-dental, ainda o preferido entre as mais
jovens. A musa das praias cariocas dos 80 foi sem
dúvida a então modelo Monique Evans, sempre com
minúsculos biquínis e também adepta do topless.
Nos anos 90, a moda praia se tornou cult
e passou a ocupar um espaço ainda maior na moda.
Um verdadeiro arsenal, entre roupas e acessórios
passaram a fazer parte dos trajes de banho, como
a saída de praia, as sacolas coloridas, os chinelos,
óculos, chapéus, cangas e toalhas. Os modelos se
multiplicaram e a evolução tecnológica possibilitou
o surgimento de tecidos cada vez mais resistentes e
apropriados ao banho de mar e de piscina.
Toda essa intimidade brasileira com a
praia, explicada pelo clima do país (em alguns Estados
brasileiros é verão durante a maior parte do
ano) e pela extensão do litoral que tem mais de 7
mil km de praias, podem explicar o motivo pelo qual
o Brasil é o país lançador mundial de tendências
desse segmento.
(Acesse a matéria completa em http://almanaque.
folha.uol.com.br/biquini.htm).
Anos 50
Os anos 50 foram marcados como a
década do renascimento da feminilidade, lançada
pelo New Look, de Dior. O culto à beleza
estava em alta, e os “Anos Dourados” expressaram
muito luxo e sofisticação.
Foi o esplendor da
Alta Costura e os grandes
nomes da moda do período
foram muitos que também
se destacaram na década
anterior, como: Dior, Balenciaga,
Givenchy, Nina Ricci
e Chanel, entre outros.
A cintura marcada
e as saias rodadas permaneceram
com destaque.
Os scarpins complementavam
o visual, assim como
chapéus de aba larga, bijuterias
imitando jóias e as
indispensáveis luvas.
Paris manteve-se
como centro lançador de
moda, embora Inglaterra e
Estados Unidos estivessem
em franca ascensão. Diversos proposta de volume foram criadas e surgiram
as linhas H (tubinho), A (abrindo os vestidos
da cintura para baixo) e Y (evidenciando
golas). Ainda apareceram os chemisier, inspirados
nas camisas.
Os homens usaram ternos sóbrios e
gravata, fazendo do colete uma peça fora de
moda.
A mulher dos anos 50 tinha uma vida
mais caseira. Os bebes nascidos no pós-guerra
neste momento eram crianças e exigiam cuidados
de suas mães. A mulher voltou para casa
e ganhou o status de “Rainha do lar”, envolta
em seus eletrodomésticos e em todas as facilidades
que o mundo do consumo oferecia. Mas
vale ressaltar que havia muito requinte desta
mulher ligada à família.
A década de 50 foi o auge das pin-ups,
em função de seu caráter fortemente ligado à
atmosfera da sensualidade feminina. As pinups
são modelos que se
enquadram em fotografias,
desenhos e artes em geral
com um toque de sensualidade.
O termo surgiu durante
a 1ª Guerra Mundial
e Marilyn Monroe, Brigitte
Bardot, Jane Fonda, Betty
Boop são bons exemplos,
ícones de beleza e sensualidade
até os dias de hoje.
Com o fim da escassez dos cosméticos
do pós-guerra, a beleza se tornaria um tema de
grande importância. O clima era de sofisticação
e era tempo de cuidar da aparência. A maquiagem
estava na moda e valorizava o olhar,
o que levou a uma infinidade de lançamentos
de produtos para os olhos, um verdadeiro arsenal
composto por sombras, rímel, lápis para os
olhos e sobrancelhas, além do indispensável
delineador. A maquiagem realçava a intensidade
dos lábios e a palidez da pele, que devia
ser perfeita. Surgem as grandes empresas do
ramo, como a Revlon, Helena Rubinstein, Elizabeth
Arden e Estée Lauder.
Os cabelos podiam ser penteados em
forma de rabo de cavalo ou em coques, as franjas
começaram a aparecer. Era também o auge
das tintas para cabelos, que passaram a fazer
parte da vida de dois milhões de mulheres e
das loções alisadoras e fixadoras. Os símbolos
da beleza feminina eram Marilyn Monroe e Rita
Hayworth.
O sportswear estava muito popular e a
indústria do prêt-a-porter estava cada vez mais
significativa. Em 1959, a boneca Barbie foi desenvolvida
e comercializada nos EUA, sendo
pouco tempo depois exportada para a Europa.
Um fator determinante no mundo da
moda e no mercado foi a cultura juvenil, que
já não podia mais ser ignorada, pois foi ainda
nos anos 50 que se começa a notar uma certa
rebelião da juventude contra a geração mais
velha, atarefada em reconstituir uma prosperidade
perdida nos anos da guerra. Os jovens
começaram a procurar sua identidade e uma
moda específica para eles apareceu derivada
da dos adultos. Para as mulheres, os cardigãs
de malha, sais rodadas, sapatos baixos, meias
soquete e rabo de cavalo, compondo a linha
batizada de College. Apareceram também as
calças compridas cigarrete, usadas com sapatilha.
Para os meninos jovens surgiu
o estilo rebelde, por influência de James
Dean e Marlon Brando, no cinema, e
de Elvis Presley, na música. O visual era
composto pela calça jeans com a barra virada,
camiseta branca e a jaqueta de couro. O despojamento
falava alto.
Curiosidade: História da Barbie: Foi Ruth
Handler, esposa de Elliot Handler (fundador da empresa
norte-americana Mattel) quem teve a idéia de
fabricar uma boneca adulta, que até então só existia
em papel (na verdade, a boneca alemã Lili, feita de
celulóide, é anterior à Barbie e pode ter inspirado
Ruth Handler). Mãe de três filhos, Ken, Skipper e
Barbara, ela não teve dúvida quanto ao nome da
nova boneca: Barbie, o diminutivo de Barbara.
Mais tarde, Ken viria ser seu namorado e Skipper
sua irmã-boneca.
Encomendada ao designer Jack Ryan, em
1958, ela foi lançada oficialmente na Feira Anual de
Brinquedos de Nova York, em 9 de março de 1959.
Barbie foi apresentada como uma modelo teenager
vestida na última moda. Aliás, a imagem da boneca
sempre foi a de uma top model, símbolo de sucesso,
beleza e juventude.
Loura e
vestida com um maiô
listrado em preto e
branco, a boneca
nasceu com o corpo
de manequim, longas
pernas e cintura fina,
as medidas perfeitas
para os seus 29 cm
de altura.
Ela já trazia
modelos de roupas
e acessórios que
podiam ser trocados,
ou seja, tudo o que
pudesse identificar o universo jovem do final dos
anos 50: vestidos rodados, calças cigarrete e luvas.